Anexos, desconexos, dores, pensamentos, qualquer coisa que me dê vontade de escrever. Eu escrevo pra distrair, extrair e extraviar tudo o que há dentro de mim.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Querida vovó Esmeralda
Já faz dois anos que você se foi. O que me faz concluir que o tempo passou rápido é a consciência de aceitar que nada muda o que aconteceu e que devemos seguir em frente. Que a morte é uma certeza unânime. Que, no mínimo de tudo, ficam as lembranças e lágrimas ao vento, que por tempos já se esconde num rosto que procura sempre estar sereno e evitar as fraquezas que a vida nos traz.
A lembrança fica, a saudade também.
Dentre esses dois anos muita coisa aconteceu. Caí, desmoronei, consegui me reerguer, e agora me sinto um pouco bom, um pouco do bem, e muito mau.
Não no sentido mais certo, direto e preciso da palavra. Talvez mau comigo mesmo. De concluir em certas coisas, de não ter esperança em outras, de não querer aceitar mais tantas. De não querer sentir, e nem tampouco atrapalhar outro alguém com minhas crises sentimentalistas.
Por outro lado, sempre me dá vontade de fazer alguém sorrir no rosto daquele que se entristece. Tento me esforçar a isso, e no final nem sequer peço nada em troca. É questão de desafio, superação, sentimento de querer ajudar. De estar ajudando.
Vivi esses dois últimos anos cheio de altos e baixos, mas adquiri a maturidade que necessitava. Se eu precisei sofrer pra isso, que eu sofra ainda mais, pois sempre há o que colher no pior de toda e qualquer hipótese.
As vezes faço algo tentando lhe agradar, seja aonde quer que esteja. E quando erro, me sinto culpado por talvez você se entristecer também. Isso me arruina, me dói, mas não me faz (deixar de) tentar consertar.
E ao olhar para o céu, a certeza de que a estrela mais linda seja você, me faz sentir a sua presença e sorrir, sem muito esforço.
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