Cidade grande é outra coisa. Há lugares e lugares. Há pessoas por toda a parte. Há jovens que se reúnem para aproveitar a vida. Tudo é maximizado.
Desci. Pisei em solo paulista. Dei de cara com uma mini-arquibancada, usada para assento e espera. Ao redor, números crescentes que parecem não ter fim, tamanha é a quantidade de plataformas existentes. Mais do que isso, há pessoas. Sozinhas, em multidões, brigando ou a procura de um carregador de malas. Banheiro de graça é coisa de interior. Nem gaste tempo procurando, pague e use. O alerta de "tome cuidado!" é novo pra mim, chega a ser engraçado. Não estou fazendo nada de errado, para que tomar cuidado? Pessoas correndo, se escondendo, aos gritos de "Polícia! Polícia!" e o aviso da companheira que isso é normal aqui, que ouvirei muito esse tipo de coisa e situação. Normal lá, não aqui. Aqui não tem nada disso, como também não tem pessoas acolhedoras. E aquelas que não te julgam por sua aparência, roupa, ou (no caso, falta de) beleza. Sem deixar de lembrar aquelas que se tornam voluntários, que te ajudam por puro prazer ou bondade no coração, sem pedir nada em troca, nem ao menos esperando nos fazer virar cliente de seu estabelecimento, não que o próprio ser não merecesse, mas se ele nos ajudou com este propósito, a dificuldade financeira não me fez nem pensar em retribuir desta forma.
E o meio de transporte que te leva longe em alguns bons minutos, quando poderíamos levar horas para chegar ao destino. Olhar para a janela me deu a sensação de estar parado, enquanto a cidade corria em minha volta, do meu lado.
E os prédios, monumentos que não param de crescer a cada novo que encontro a frente. Parece competição de arranha-céus. Arquitetura clássica, moderna, tudo junto. E entre eles, ruelas, passarelas, becos. E em qualquer um deles, pessoas estiradas no chão. Estrelas que caíram no limiar da noite, sem esperança e brilho, apenas sobrevivendo. Encontradas em qualquer parte. Na entrada do banco, na grama do parque, no meio da rua, na praça. Dó.
Em São Paulo se aprende a ter malícia. A tomar cuidado, a se vigiar em qualquer lugar que passe. Aprende a ser gente grande.
E me faz sentir mais nojo daqui, desta cidade, onde tudo que as pessoas encontram pra fazer é a futilidade de ficar falando, seja bem ou mal, da vida alheia... Que pequenez.
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