Este ano tive a oportunidade de ir para um lugar no qual quero visitá-lo sempre: o Rio de Janeiro. Um lugar onde me sinto muito bem como turista, onde descarrego todas as negatividades possíveis e volto livre, com mais força, vontade, e impulso pra voar.
Ano passado foi o momento no qual viajei com amigos para RJ e nunca me esquecerei. Em todos os quesitos, a experiência foi bastante rica: poder unir um grupo de amigos e passar momentos com eles, se hospedar num hostel pela primeira vez, conhecer Copacabana, Ipanema, Arpoador, Lapa, enfim. Foi magnifíco!
Desta vez, retornei, com apenas uma companhia, para visitar novos lugares e reencontrar outros que me encantaram da primeira vez: Lapa, Ipanema, Arpoador. Fora isso, a possibilidade de ficar por mais dias, fazer as coisas com mais calma e expandir muito mais o conhecimento territorial desta cidade exuberante.
Primeiro ponto relevante - Arpoador: este lugar respira paz, aconchego. Há uma comunicação divina com as pedras do Arpoador. Não consigo explicar nem transmitir em palavras. É ali que me sinto puro, pleno e totalmente vivo. Ficaria horas e horas, por ali, praticando a arte de não fazer nada:
Segundo ponto relevante - Lapa: a noite na Lapa é algo agitado, cheio de opções de bares e pessoas. Cheio de atrações urbanas, mesmo a noite. É a comunhão de tudo e todos, do branco-negro-rico-pobre-amarelo-vermelho. É a vida boêmia com um toque carioca. Tem balada, baile funk, Circo Voador, Teatro Odisséia, barzinho, puteiro em uma única rua, sem precisar se locomover tanto. É a democracia na palma de seus olhos:
Terceiro ponto relevante - Maracanã (FlaxFlu): a emoção foi verdadeiramente gigante! Desde a chegada na bilheteria, à correria para retirada do ingresso, o pique para não perder o começo do jogo, e o coração a mil! Valeu todo o cansaço, todos os gritos, pulos, comemorações. Foi esplêndido estar ali, dentro do estádio nacional mais conhecido internacionalmente, carregado de glórias pelo meu clube de coração, assistindo ao clássico que eu mais queria ver na vida. Independente do resultado, eu já estaria muito satisfeito de estar lá. Com o resultado favorável, a alegria foi redobrada. A roquidão no dia seguinte era uma mera consequência. Estar no Maracanã é poder jogar com o seu time!
Quarto ponto relevante - Cristo Redentor: quero poder voltar um dia neste lugar, porém indo pela trilha. Ir de trem é mais caro e a visibilidade do caminho do trem é praticamente nula. A emoção da trilha provavelmente deixa a aventura com muito mais adrenalina. Estar lá em cima te dá o privilégio panorâmico do Rio de Janeiro e suas cidades vizinhas. É fantástico. Você fica brincando de adivinhar os locais que você conhece apontando para as miniaturas reais lá embaixo:
Nos lugares que visito sempre procuro frases urbanas, expressões livres sobre a cidade, seja por meio de pixações, cartazes, pinturas, enfim. Desta vez não foi diferente. Coletei várias e queria compartilhar com vocês. Algumas são engraçadas, outras são de opiniões e que não necessariamente compactuo. Apenas acho livre a forma de expressar seus sentimentos perversos, arruinados, singelos, ou sem sentido nenhum:
Outro ponto interessante envolvendo o lado urbano da cidade foi a parada ao Largo do Machado. Estava eu, sentado nos arredores de um chafariz sem água, assistindo a apresentação na praça de um ser, tocando sua guitarra e cantarolando uma música em inglês, no caso desconhecida por mim.
Poucos minutos depois um morador de rua (a julgar pela sua aparência e rouparia) senta-se ao meu lado com uma distância pequena. Em nenhum momento me senti acuado, ameaçado, nem nada. A partir do momento que a música acaba e o cantor toca a próxima, era "Beatles", no qual ele antes de sentar-se próximo a mim, havia pedido ao artista, sentado no chão bem a frente dele e o artista, na ocasião, disse: "Vai ter sim. Vai ter.". Quando a música dos Beatles começa ele se alegra de tal forma que se propõe a compartilhar comigo tamanha felicidade: "Beatles é foda. Eu gosto de Beatles. Beatles é foda demais! Os caras marcaram, todo mundo conhece, o mundo conhece Beatles. Os caras morreram e mesmo assim a música deles ficou." Eu mal respondia algumas palavras e ele já retomava o monólogo: "Beatles é foda. O John Lennon lá - gesticulava - foi morto, por um cara. Puta vida, pra que isso né? Tirar a vida de alguém. A gente não é nada. Eu mal consigo matar uma formiga, uma barata, o cara vai e tira a vida do outro. A gente não é nada né? No fim todos vamos virar pó. Quem sou eu pra matar alguém, não é verdade?!" A lucidez do cidadão poderia me assustar, mas na hora apenas pensei: "Ele vai me pedir dinheiro, infelizmente eu não tenho.". Ao concluir que todos nós viraríamos pó um dia, ele olhou pra mim, me deu um sorriso com um tapa no braço amigavelmente e se despediu com o aceno de positivo com o polegar: "Falou, valeu!".
Uma conversa breve, mas que significou muito pra mim. Às vezes ele só queria se sentir ali, aceito como todos os outros, e a atenção que ele precisava, foi dada por mim. Eu raramente nego conversar com algum morador de rua. Eu acabo aprendendo bastante. Me recoloco como indivíduo simples, único, e nada soberano a ninguém em situações assim. Me faz retomar à simplicidade pra não deixar de ter humildade. Respeitar moradores urbanos é ouvi-los.
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